Dá para morar em um apartamento de apenas 10 metros quadrados? Essa pergunta tomou conta da internet alguns anos atrás, quando incorporadoras paulistanas começaram a anunciar a construção do “menor apê da América Latina”. As críticas incluíam os valores elevados para a minúscula área construída, por vezes beirando os R$ 200 mil por unidade, em valores da época.
ado algum tempo do polêmico lançamento – a primeira vez que prédios do tipo ganharam as redes foi em 2017 – ficou mais evidente a quem realmente se destinavam os cubículos: investidores de olho em disponibilizar o imóvel para aluguéis por temporada. Hoje, grande parte desses apartamentos não têm moradores permanentes e, em vez disso, compartilham o título de “menor Airbnb de São Paulo”.
Todos têm características bem similares: tudo (tudo mesmo) em uma peça só, tentando oferecer um preço competitivo que conquista viajantes em estadia curta em busca de boa localização. Se bem pouca gente acabou morando nos apês de 10m², muito mais pessoas acabaram se hospedando neles – seja para ar alguns dias na capital paulista ou, simplesmente, para gravar vlogs mostrando a experiência.
O que tem no apartamento? 6h5c1b
Não há muito espaço para inventar, então a configuração desses mini apês costuma ser a mesma: uma vez cruzada a porta, de um lado fica a “cozinha” (geralmente, um cooktop por indução) e o espaço de “escritório”, com uma janela no fundo da peça.
Já no lado oposto ficam o banheiro e o quarto. Como? Lado a lado: o box do chuveiro, que fica imediatamente ao lado da cama (frequentemente, um sofá-cama), separa a área de dormir do local onde está o vaso sanitário.
Em alguns vídeos de quem esteve no local, nota-se que o boxe do chuveiro é surpreendentemente grande para os padrões do apartamento – via de regra, é a única parte do imóvel que tem um tamanho que seria considerado equivalente ao de um lugar maior.
O apartamento tem “tudo” o que o hóspede precisa para ar uma estadia curta. Em geral, o maior problema é a funcionalidade: devido à limitação de espaço, a escrivaninha, quando existe, não costuma acomodar bem as pernas de quem precisa trabalhar. Do mesmo modo, a saída do chuveiro é basicamente o corredor de circulação para o apartamento inteiro, então é bem fácil acabar molhando todo o ambiente.
Não é exatamente uma opção para quem busca conforto, mas uma alternativa barata e curiosa para quem não pretende ar muitos dias em São Paulo, pensa em usar o espaço só para dormir e quer gastar bem menos do que outros espaços centrais mais bacanas e históricos.
Também dá para ter um gostinho “versão brasileira” da vivência estilo lata de sardinha que se tornou famosa em algumas metrópoles asiáticas superpovoadas, como Tóquio ou Seul, e também em Paris no caso dos apartamentos chamados chambre de bonne, que eram destinados aos empregados domésticos e que ficam no último andar dos edifícios.
Como se hospedar 14710
O grande atrativo desses apartamentos é a localização central, que acaba compensando o pouco espaço com a facilidade de deslocamento – além de um preço que, apesar de salgado para o tamanho, costuma ser bem abaixo ao praticado em imóveis maiores ou hotéis da região.
Um dos prédios mais famosos usados para isso é o RV Nova Higienópolis, localizado a apenas 300 metros da estação Santa Cecília do metrô. A região é repleta de farmácias, mercados, restaurantes e você estará a um pulo do Centro. Só tem que ficar atento: apesar da diária mais baixa – é comum que os apartamentos do tipo saiam próximos de R$ 250 por dia – quase todos exigem uma estadia mínima de dois ou três dias para confirmar a reserva. Quanto mais dias você fica, maior o desconto: 5 diárias em um micro-apê na Santa Cecília, por exemplo, pode sair por R$ 835. Algumas unidades você encontra aqui, aqui e aqui.
Veja todas as matérias sobre Airbnb publicadas na Viagem e Turismo
Fonte: viagemeturismo
